Brahma gera vários seres e elementos



Em primeiro lugar, Brhama criou de sua sombra as coberturas de ignorância das almas condicionadas. Elas são em número de cinco e chamam-se tamisra (ira), andha-tamisra (considerar que a morte é o fim derradeiro), tamas (a condição sob a qual não se sabe nada sobre a alma espiritual), moha (apego) e maha-moha (enlouquecer por gozo material).

...

O Senhor Brahma então gerou os demônios de suas nádegas, e eles eram muito luxuriosos.
...

A princípio, o adorável Brahma riu da estupidez dos asuras, mas vendo aqueles descarados cada vez mais perto dele, ele encheu-se de indignação e se afastou deles.
Por desgosto, Brahama desvencilhou-se do corpo de ignorância e, aproveitando-se dessa oportunidade, os asuras lançaram-se de um salto em busca da posse do corpo, que continuou a existir sob a forma da noite. A noite é a fonte da fome e da sede... Dominados pela fome e pela sede, eles corriam para devorar Brhahma de todos os lados e gritavam: “Não o poupeis! Comei-o!".

...

Brahma, o líder dos semideuses, cheio de ansiedade, pediu-lhes: “Não me comais, mas protegei-me. Vós nascestes de mim e vos tornastes meus filhos. Portanto, sois Yaksas (os que disseram que ele deveria ser comido) e Raksasas ou canibais (os que disseram que ele não deveria ser protegido."

...

O Senhor Brahma, aproximou-se da Suprema Personalidade de Deus e falou-lhe: “Meu Senhor, por favor, protegei-me desses demônios pecaminosos que eu criei sob vossa ordem. Eles estão enfurecidos pelo desejo luxurioso e vieram atacar-se. Meu Senhor, sois a única pessoa capaz de acabar com a agonia dos aflitos e de infringir agonia àqueles que nunca recorrem a vossos pés.“

...

O Senhor, que pode ver distintamente as mentes dos outros, percebeu a aflição de Brahma e disse-lhe: “Abandona este teu corpo impuro.” Sendo assim ordenado pelo Senhor, Brahma abandonou seu corpo.

...


O corpo abandonado por Brahma tomou a forma do crepúsculo, quando o dia e a noite se encontram, uma hora em que acende a paixão. Os asuras, que são passionais por natureza, dominados que são pelo elemento de rajas, tomam-no por uma donzela, cujos pés de lótus ressoavam com o tinir dos sinos de tornozelo, cujos olhos estavam inchados de embriaguez e cujos quadris eram cobertos por tecido transparente, sobre o qual brilhava um cinto; tinha um nariz bem formado e belos dentes; um sorriso adorável, parecia que ela lançava um olhar divertido para os asuras. Adornada com tranças escuras, parecendo que ela escondia-se acanhada.
...

Ao verem aquela forma de mocinha no corpo abandonado por Brahma, todos os asuras ficaram estonteados de desejos luxuriosos, ficaram louvando a beleza de tal corpo, apaixonadamente ansiosos por ela, que movimentava-se como alguém absolutamente livre de paixão. Incorrendo em várias especulações sobre o crepúsculo, que lhes parecia dotado da forma de uma jovem mulher, os asuras débeis mentais trataram-na com respeito e avidamente ficaram assediando a “bela jovem”. Os asuras, tendo sua razão obscurecida, tomaram o crepúsculo por uma bela mulher a revelar-se em forma enfeitiçadora, e eles apoderaram-se dela.
...

Com uma risada cheia de profundo significado, o adorável Brahama gerou, então, por sua própria graciosidade, que parecia desfrutar-se a si mesma, as hostes de Gandharvas(músicos dos sistemas planetários superiores) e Apsaras(dançarinas celestiais).

Então Brahma criou os principais semideuses, que brilhavam com a glória da bondade. Ele derramou diante deles e refulgente forma do dia, e os semideuses, divertidamente, tomaram pose dela.

...

Depois disso, Brhama abandonou aquela brilhante e amada forma de luar. Viscavasu e outros Gandharvas de bom grado tomaram posse dela.
...

O glorioso Senhor Brahma em seguida gerou de, sua indolência, os fantasmas e duendes, mas fechou os olhos quando viu-os nus, com seus cabelos em desalinho. Os fantasmas e duendes tomaram posse do corpo jogado fora sob a forma do bocejo de Brahama, o criador das entidades vivas. Também se conhece isso como o sono que causa a salivação. Os duendes e fantasmas atacam homens que são impuros, ataque esse conhecido como insanidade.
...

Reconhecendo-se cheio de desejo e energia, o adorável Brahma, criador das entidades vivas, gerou de sua própria forma invisível, de seu umbigo, as hostes de Sadhyas e Pitas (formas invisíveis de almas falecidas).

...


Então o Senhor Brahma, através de sua habilidade em esconder-se de vista, criou os Diddhas e Vidyadharas e deu-lhes aquela sua maravilhosa forma conhecida como Antardhana (essas criaturas podem ser percebidas como estando presentes, embora não possam ser vistas a olho nu).

...

Um dia, Brahma, observando seu próprio reflexo na água, e, admirando-se, gerou os Kimpurusas, bem como os Kinnaras, daquele reflexo. É por isso que os Kimpurusas e Kinnaras, que tomaram posse daquela forma sombria deixada por Brahma, cantam suas louvações, juntamente com suas esposas, relatando as façanhas dele a cada aurora.
Certa vez, Brahma deitou-se com o corpo inteiramente esticado; ele estava muito aborrecido porque o trabalho da criação não andava a contento, e, num estado de espírito taciturno, ele abandonou aquele corpo também. Seus cabelos caíram daquele corpo transformando-se em serpentes, e, mesmo enquanto o corpo rastejava para diante com suas mãos e pés contraídos, dele saltaram ferozes serpentes e Nagas expandindo seus capelos levantados.

...

Um dia Braha sentiu-se como se o objetivo de sua vida tivesse sido alcançado. Naquele momento ele gerou de sua mente os Manus, que propovem as atividades beneficientes do Universo. O criador, senhor de si, deu-lhes sua própria forma humana. Vendo o Manu (metade homem e metade semideus) que povoaria a terra através do casamento com Satarupa - que era a excelente consorte de Manu e a descendência das esposas de Prajapati Kardamaa - aqueles que haviam sido criados antes (os Semideuses, os Gandharvas e assim por diante) aplaudiram Brahma, o Senhor do Universo. Eles oraram: “Ó criador do universo, nós estamos alegres; o que vós produzistes está bem feito. Uma vez que os atos ritualísticos foram agora estabelecidos convenientemente nesta forma humana, todos nós compartilharemos das oblações sacrificatórias."

...


Tendo se equipado com austera penitência, adoração, concentração mental e absorção em devoção, acompanhados pela falta de paixão, e tendo controlado seus sentidos, Brahma, a criatura viva autógena, gerou grandes sábios como seus amados filhos. O criador não-nascido do universo deu a cada um daqueles filhos uma parte de seu próprio corpo, que era caracterizado pela profunda meditação, concentração mental, poder sobrenatural, austeridade, adoração e renúncia.

.....

Brahma, que foi dotado do poder criador de Visnu, pensou em gerar entidades vidas e, após a criação dos Manus, produziu, dez filhos para a extensão das gerações: Narada, Atri, Angira, Pulastya, Kratu, Bhrgu, Daksa, Vasistha, Marici e Pulaha, o décimo filho.
..

-Narada nasceu da deliberação de Brahma, que é a melhor parte de seu corpo;

-Vasistha nasceu de sua respiração;

-Daksa de um polegar;

-Bhrgu do seu tato;

-Kratu de sua mão;

-Pulastya foi gerado dos seus ouvidos;

-Angira da sua boa;

-Atri, dos olhos;

-Marici da sua mente e

-Pulaha do umbigo de Brahma.


5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. As esposas de Brahma participaram de alguma de suas criações?

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Qual a fonte desses estratos? Onde estão registrados nos Vedas?

    ResponderExcluir