GANESHA - O SEMIDEUS DA PROSPERIDADE


O Senhor Shiva morava em um palácio no alto dos Himalaias com sua consorte Parvati. Esse palácio era guardado sob o comando do Touro Nandi, que era totalmente devotado a Shiva e não deixava de cumprir nenhuma de suas ordens.

Como o Senhor Shiva se ausentava muito do palácio, pois saía muito para caçar e ficava anos fora, sua esposa Parvati sentindo-se muito solitária, fazia austeridades no lago à beira da nascente do Ganges, que ficava dentro de seus aposentos.

Um dia, Parvati deu ordens expressas a Nandi para não deixar ninguém entrar em seus aposentos, nem mesmo o Senhor Shiva. Quando Shiva voltou de uma de suas viagens quis entrar mas Nandi tentou impedi-lo. Shiva insistiu e entrou mesmo com as súplicas de Nandi, que fora instruído por Parvati para que não deixasse que ninguém entrasse sem seu consentimento. Nandi não sabia negar nada ao Senhor Shiva.

Insatisfeita com a desobediência de Nandi, Parvati decidiu que teria um filho e que esse seria totalmente devotado a ela. Então quando Shiva saiu para sua próxima viagem, ela dedicou-se inteiramente a realizar seu desejo de conseguir conceber um ser devotado a ela; sentou-se à beira do lago e começou a moldar um boneco com um pó amarelo dourado feito de pó de ouro. Quando o boneco ficou pronto ela começou cantar mantras apropriados e banhá-lo com punhados de água do Ganges.

De repente o boneco, com a aparência de um bebê, tocado pela força criadora que o Senhor Brhama enviou, tomou fôlego e começou a respirar e tornou-se um ser humano vivo e perfeito. Era o bebê mais lindo que já se tinha visto. Tinha a inteligência e força sobre humano, pois tratava-se de um semideus dotado de muitos poderes.

Ganesha, era seu nome, corria pelas cercanias do palácio demonstrando suas habilidades e em todos os jogos ele derrotava qualquer guerreiro, até mesmo o Touro Nandi, com a maior facilidade. Corria pelas montanhas deslizando pela neve e divertindo-se com seus amigos.

Quando, anos depois, o Senhor Shiva regressou ao seus domínios nos Himalaias, foi surpreendido por um jovem que barrou sua entrada. Shiva, por não saber de quem se tratava o jovem Ganesha, ficou muito irado e na forma Nataraji decepou-lhe a cabeça.
Mãe Parvati, ao ouvir o tumulto, veio correndo, mas já era tarde. Seu pequeno filho jazia na neve sobre uma poça de sangue. Desesperada ela soltou um grito tão sentido que todos os semideuses começaram a chorar; até o Senhor Brhama ouvindo esse lamento, veio em socorro de Parvati, que lhe suplicou: “, Por favor, devolva a vida ao meu filho Senhor!”

O Senhor Brhama, que é dotado de todo o poder criador pelo Ser Supremo, Visnu, disse: “Já nada posso fazer, pois ele já está morto. Só há uma forma: Shiva deve sair e ao encontrar o primeiro ser vivo, cortar-lhe a cabeça e imediatamente colocá-la sobre o corpo inerte de Ganesha e cantar os mantras que lhe vou ensinar.

Então, após caminhar pela floresta, o Senhor Shiva encontrou um elefante; cortou sua cabeça e, correndo, colocou-a sobre o pescoço do jovem Ganesha, cantou os mantras prescrevidos pelo Senhor Brahma. Logo a seguir o rapaz sentou-se e estava perfeitamente bem.

Por esse motivo, O Senhor Ganesha, tem o corpo de um menino e a cabeça de um Elefante.



OUTRA HISTÓRIA SOBRE O APARECIMENTO DE GANESHA


Outra história a respeito da origem de Ganesha e sua cabeça de elefante narra que, uma vez, existiu um Asura com todas as características de um elefante, chamado Gajasura, que estava praticando austeridades Shiva, satisfeito por esta austeridade, decidiu dar-lhe, como recompensa, qualquer coisa que ele pedisse. O demônio desejou emanar fogo continuamente do seu próprio corpo.

Desse modo, ninguém poderia se aproximar dele. Shiva concedeu o que foi pedido. Gajasura continuou sua penitência e Shiva, que aparecia a ele de tempos em tempos, perguntou, mais uma vez, o que desejava. O demônio respondeu: "desejo que você habite meu estômago."

Shiva atendeu até mesmo a este pedido e, então, passou a residir no estômago do demônio. De fato, Shiva também é conhecido como Bhola Shankara porque é uma deidade facilmente agradada; quando está satisfeito com um devoto, concede-lhe o que for pedido e, isso, de tempos em tempos, gera situações particularmente intrincadas. Por esse motivo Parvati, sua esposa, procurou por ele em todos os lugares sem obter resultado algum.

Como último recurso, foi ao seu irmão, Vishnu, pedir a ele que encontrasse seu marido. Vishnu, que conhece a tudo, respondeu: "Não se preocupe minha irmã; seu marido é Bhola Shankara e prontamente garante aos seus devotos tudo o que eles pedem, sem se preocupar com as conseqüências; acho que ele se meteu em algum problema. Vou procurar saber o que aconteceu."

Então Vishnu, o onisciente diretor do jogo cósmico, elaborou uma pequena encenação: transformou o touro Nandi, em um touro dançarino e o conduziu à frente de Gajasura, assumindo, ao mesmo tempo, a aparência de um flautista – a forma original do Senhor Krsna.

A encantadora performance de Nandi fez o demônio entrar em êxtase e perguntar ao flautista o que ele desejava. O músico respondeu: "Você pode mesmo me dar qualquer coisa que eu pedir?" Gajasura respondeu: "Por quem me tomas? Eu posso lhe dar qualquer coisa que você pedir imediatamente!" O flautista então respondeu: "Se é assim, libere Shiva do seu estômago." Gajasura entendeu, então, que este não poderia ser outro senão o próprio Visnu, o único que poderia saber desse segredo.

Nesse momento, o demônio se jogou aos pés de Krsna e, tendo liberado Shiva, pediu a este um último presente: "Tenho sido abençoado por você muitas vezes; meu último pedido é que todo mundo se lembre de mim adorando minha cabeça quando eu estiver morto." Shiva, então, trouxe seu próprio filho até ali e substituiu sua cabeça pela de Gajasura, surgindo então o Senhor Ganesha.


Ele é muito amado e frequentemente invocado, já que é o Deus da Boa Fortuna quem proporciona prosperidade e fortuna e também o Destruidor de Obstáculos de ordem material ou espiritual. É por este motivo que sua graça é invocada antes de iniciar qualquer tarefa relacionada a fartura e finanças.

Cada elemento do corpo de Ganesha tem seu próprio valor e seu próprio significado:

• A cabeça de elefante indica fidelidade, inteligência e poder discriminatório;

• O fato dele ter apenas uma única presa (a outra estando quebrada). A presa quebrada de Ganesha simboliza inicialmente sua habilidade de superar ou "quebrar" as ilusões da dualidade. Porém, existem muitos outros sentidos que têm sido associados a este símbolo. Um elefante normalmente tem duas presas. A mente também freqüentemente propõe duas alternativas: o bom e o mau, o excelente e o expediente, fato e fantasia. A cabeça de elefante do Senhor Ganesha porém tem apenas uma presa por isso ele é chamado "Ekadantha," que significa "Ele que tem apenas uma presa", para lembrar a todos que é necessário possuir determinação mental.

• As orelhas abertas denotam sabedoria, habilidade de escutar pessoas que procuram ajuda e para refletir verdades espirituais. Elas simbolizam a importância de escutar para poder assimilar idéias. Orelhas são usadas para ganhar conhecimento.
As grandes orelhas indicam que quando Deus é conhecido, todo conhecimento também é;

• A tromba curvada indica as potencialidades intelectuais que se manifestam na faculdade de discriminação entre o real e o irreal;

• Na testa, o Trishula (arma de Shiva, similar a um Tridente) é desenhado, simbolizando o tempo (passado, presente e futuro) e a superioridade de Ganesha sobre ele;

• A barriga de Ganesha contém infinitos universos. Ela simboliza a benevolência da natureza e equanimidade, a habilidade de Ganesha de sugar os sofrimentos do Universo e proteger o mundo;

• A posição de suas pernas (uma descansando no chão e a outra em pé) indica a importância da vivência e participação no mundo material assim como no mundo espiritual, a habilidade de viver no mundo sem ser do mundo.

• Os quatro braços de Ganesha representam os quatro atributos do corpo sutil, que são: mente (Manas), intelecto (Buddhi), ego (Ahamkara), e consciência condicionada (Chitta). O Senhor Ganesha representa a pura consciência - o Atman - que permite que estes quatro atributos funcionem em nós.

-A mão segurando uma machadinha, é um símbolo da restrição de todos os desejos, que trazem dor e sofrimento. Com esta machadinha Ganesha pode repelir e destruir os obstáculos. A machadinha é também para levar o homem para o caminho da verdade e da retidão;

-A segunda mão segura um chicote, símbolo da força que leva o devoto para a eterna beatitude de Deus. O chicote nos fala que os apegos mundanos e desejos devem ser deixados de lado;

-A terceira mão, que está em direção ao devoto, está em uma pose de bênçãos, refúgio e proteção (abhaya);

-A quarta mão segura uma flor de lótus (padma), e ela simboliza o mais alto objetivo da evolução humana, a realização do seu verdadeiro eu.


O divino veículo de Ganesha, o rato ou mushika representa sabedoria, talento e inteligência. Ele simboliza investigação diminuta de um assunto difícil. Um rato vive uma vida clandestina nos esgotos. Então ele é também um símbolo da ignorância que é dominante nas trevas e que teme a luz do conhecimento. Como veículo do Senhor Ganesha, o rato nos ensina a estar sempre alerta e iluminar nosso eu interior com a luz do conhecimento.

Ambos Ganesha e Mushika amam modaka, um doce que é tradicionalmente oferecido para os dois durante cerimônias de adoração. O Mushika é normalmente representado como sendo muito pequeno em relação a Ganesha, em contraste para as representações dos veículos das outras divindades. Porém, já foi tradicional na arte Maharashtriana representar Mushika como um rato muito grande, e Ganesha estando montado nele como se fosse um cavalo.

O rato (Mushika ou Akhu) também representa o ego, a mente com todos os seus desejos, e o orgulho da individualidade. Ganesha, guiando sobre o rato, se torna o mestre, e não o escravo, dessas tendências, indicando o poder que o intelecto e as faculdades discriminatórias têm sobre a mente. O rato, extremamente voraz por natureza, é habitualmente representado próximo a uma bandeja de doces com seus olhos virados em direção de Ganesha, enquanto ele segura um punhado de comida entre suas patas, como se esperando uma ordem de Ganesha. Isto representa a mente que foi completamente subordinada à faculdade superior do intelecto, a mente sob estrita supervisão, que olha fixamente para Ganesha e não se aproxima da comida sem sua permissão.


Além de ser o Semideus da Prosperidade, Ganesha também promove a sabedoria, por ter sido ele quem escreveu a primeira parte do poema épico Mahabharata (atribui-se também a ele a escrita dos Puranas, ditado por Narada e compilado por Walmiky).

Está escrito que o sábio Vyasa pediu para Ganesha que transcrevesse o poema enquanto ele ditava. Ganesha concordou, mas somente na condição de que o sábio Vyasa recitasse o poema sem interrupções ou pausas. O sábio, por sua vez, colocou a condição que Ganesha não teria somente que escrever, mas também entender tudo o que ele escutasse antes de escrever.

Dessa forma, Vyasa se recuperaria um pouco de seu falatório cansativo ao simplesmente recitando um verso bem difícil que Ganesha não conseguisse entender rapidamente. Começou o ditado, mas no corre-corre de escrever, a caneta de Ganesha se quebrou. Então ele quebrou uma de suas presas e a usou como caneta, só assim a transcrição pôde prosseguir sem interrupções, permitindo a ele manter sua palavra.


KARTIKEYA


Kartikeya é o irmão de Ganesha, com quem brincava pelos arredores dos himalaias e eram muito devotados a seus pais, principalmente à Parvati, sua mãe, a quem os dois obedeciam e protegiam quando seu pai, Shiva, estava ausente. Os dois juntos defendiam o reino com muita eficiência, pois tinham força e poderes sobrenaturais devido ao fato de serem semideuses.

Certa vez, Ganesha e Kartikeya estavam discutindo sobre qual dos dois amava mais a mãe, Parvati. A discussão já estava indo longe demais quando Parvati, como toda mãe, incomodada com a disputa dos filhos, resolveu pôr fim ao caso.

Para isso, chamou-lhes a atenção e disse que iria lançar um desafio, cujo resultado poria fim definitivamente à briga infantil entre eles. Ganesha e Kartikeya aceitaram o desafio.

Parvati explicou-lhes, então, que aquele que primeiro desse uma volta inteira ao redor do mundo, teria por ela o maior amor.

Atlético e vigoroso, Kartikeya, mais do que depressa, pegou sua montaria, que era um pavão, e saiu rapidamente voando alto a fim de sobrevoar a Terra sabendo que seu irmão não teria a mínima condição de vencê-lo devido a ser gordinho e sua montaria ser um pequenino rato. Arrogantemente proclamando-se vencedor por antecipação. Já Ganesha, com uma pesada cabeça de elefante, mais intelectual, não saiu do lugar.

Parvati mostrou-se preocupada por poder estar privilegiando Kartikeya em detrimento de Ganesha, mas como a coisa já estava feita, não teve mais tempo de voltar atrás.

Kartikeya retorna confiante, com a certeza de ter sido o vencedor e encontra Ganesha confortavelmente sentado, saboreando algumas frutas trazidas especialmente para ele por sua mãe. Nesse instante, Parvati declara Ganesha o grande vencedor da prova. Consternado, Kartikeya exige explicações.

Ganesha diz então a seu irmão, que enquanto ele estava se esforçando para dar sua volta ao mundo, ele apenas ouviu seu coração e deu uma volta ao redor de sua mãe, que era, de fato, o seu mundo.

Vendo a emoção de Parvati, Kartikeya não teve como não aceitar a supremacia de Ganesha, que com um gesto tão terno e singelo, mostrou que tinha por sua mãe o maior amor do mundo.

Para compensar Kartikeya por sua dignidade, o Senhor Shiva então o nomeou o Semideus da Guerra.

A ERA DE KALI


O SENHOR KALKI



Quando o Senhor retornou ao céu espiritual, Kali entrou neste planeta, e então os homens assaram a sentir prazerem atividades pecaminosas.

Enquanto o esposo da Deusa da Fortuna tocou a Terra com seus pés, Kali não teve poder para subjugar esse planeta.

Na Era de Kali – Kali Yuga – todas as qualidades sofrerão um declínio gradual: a religião, a limpeza, a tolerância, a misericórdia, a duração da vida, a força física e a memória diminuirão em virtude da poderosa influência da Era de Kali. Haverá muitos governantes, todos eles egoístas, intolerantes, gananciosos, com falsas crenças, dissimulados e cruéis.

Em Kali Yuga só a riqueza será considerada como sinal de bom nascimento, comportamento adequado e boas qualidades. A Lei e a Justiça serão aplicadas apenas com base no poder do indivíduo. Homens e mulheres viverão juntos por mera atração. O sucesso financeiro dos homens de negócio dependerão de fraudes. A feminilidade e a masculinidade do ser humano serão julgados segundo a perícia sexual da pessoa. A posição espiritual de alguém será determinada apenas em função de símbolos externos e em base nesse princípio as pessoas mudarão e uma ordem espiritual para outra. A dignidade do homem será seriamente questionada se ele não tiver um bom salário. Será considerado um bom erudito aquele que for mais esperto em malabarismo verbal. A pessoa será considerada profana se não tiver dinheiro, e a hipocrisia será aceita como virtude. À medida em que a Terra se apinhar de população corrupta, quem se mostrar mais forte e rico obterá o poder político. Atormentados pela fome e impostos excessivos os homens recorrerão a folhas, raízes e carne para se alimentar. Atingidos pela seca, ficarão completamente arruinados.

Na era de Kali, mulheres, velhos e crianças serão grosseiramente negligenciados e deixados ao total abandono. A relação ilícita com mulheres deixará muitas famílias desamparadas. Circunstancialmente as mulheres tentarão tornar-se independentes da proteção dos homens e o casamento será realizado por mero acordo formal. Na maioria dos casos as crianças não receberão atendimento apropriado. Os princípios morais e religiosos serão os mais decaídos. Estes são alguns dos sintomas de Kali Yuga. Os pretensos administradores estarão confundidos pela influência da Era de Kali e, desse modo, porão em questão todos os compromissos do Estado. Virá a desordem; a população em geral não seguirá as regras e estarão propensos a executar atividades criminosas.

Os cidadãos sofrerão muito com o frio, vento, tempestades, calor excessivo e neve. Serão atormentados ainda por desavenças, fome, sede, doenças e severa ansiedade.

No final da Era de Kali, quando não houver temas a respeito de Deus, mesmo nas residências dos Supostos Santos e cavalheiros respeitáveis, e quando o poder governamental se transferir para as mãos dos ministros que, tendo sido eleitos por pessoas despreparadas ou inescrupulosas.

Depois disso tudo, a essa altura o Senhor Supremo descenderá como o poderoso Kalki, Punidor Supremo. O Senhor Kalki, o Senhor do Universo, aparecerá montado em seu veloz cavalo Devadata e, de espada em punho, viajará pela Terra exibindo suas 8 opulências místicas e as 8 qualidades especiais da Divindade. Ele matará aos milhões aqueles ladrões que ousaram vestir-se de reis.

Depois que todos os impostores forem exterminados, os que permaneceram sentirão a brisa da mais sagrada fragrância de sândalo e outras decorações do Senhor Visnu, e suas mentes ficarão excepcionalmente puras e a Suprema Personalidade de Deus aparecerá em seus corações sob a sua forma de bondade transcendental e os cidadãos valorosos irão abundantemente repovoar a terra. Quando o Senhor Supremo aparecer na terra como Kalki, o mantenedor da religião, Satya-yuga começará, e a sociedade humana terá progênies no modo da bondade.




MANTRA DO SENHOR KALKI:


kalkih kaleh kala-malat prapatu
dharmavanayoru-krtavatarah


O BAGHAVAD-GITA





A primeira vez que o Bhagavad Gita foi narrado pelo Senhor Brahma ao Deus do Sol, que narrou para seu filho Manu, que narrou para seu filho e assim sucessivamente:
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O conhecimento védico foi proferido pelo Senhor Supremo e ouvido primeiramente por Bhahma, o primeiro ser vivo criado dentro do universo, que ensinou ao Deus do Sol. Então o Deus do Sol ensinou a seu filho Vaivasvata Manu (o sétimo Manu) que ensinou a seu filho Maharaja Iksvaku, que ensinou a seu filho, e assim sucessivamente.



A segunda vez o Bhagavad Gita foi Narrado pelo Senhor Krsna a Arjuna na Batalha de Kuruksetra:
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As Literaturas Védicas também são ensinadas nos planetas superiores, conforme se refere no Bhagavad-Gita 4.1, a respeito dos ensinamentos transmitidos através de sucessão discipular, como foi feito pelo Deus o Sol a seu filho Manu e por Manu a Maharaja Iksvaku.
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Há 14 Manus em um dia de Brahma e o Manu aqui referido é o sétimo Manu, que é um dos prajapatis (aqueles que criam progênie), e filho do Deus do Sol. Ele é conhecido como Vaivasvata Manu.
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Ele teve 10 filhos: Maharaja Iksvaku, Nabhaga, Drhsta, Saryati, Narisyanta, Nibhaga, Dista, Karusa, Prsadhra e Vasuman.




Maharaja Iksvaku aprendeu também a Bakti-yoga, como é ensinada no Bhagavad-Gita, de seu pai Vaivasvata Manu, que a obteve de seu Pai o Deus do Sol.
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Mais tarde o ensinamento do Bhagavad-Gita desceu através de sucessão discipular a partir de Maharaja Iksvaku... mas no correr do tempo, a corrente foi rompida por pessoas inescrupulosas e o conhecimento teve que ser ensinado novamente a Arjuna no campo de batalha de Kuruksetra, pelo próprio Senhor Krsna.
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Assim, todas as escrituras védicas são correntes desde o início da criação do mundo material, desse modo as literaturas védicas são conhecidas como apauruseya (não feitas pelo homem).

AS ENCARNAÇÕES ANUNCIADAS DO SENHOR



1º - A encarnação dos Kumaras – os 4 filhos solteiros do Senhor Brahma, que se recusaram a procriar e tomaram celibato.


2 – A encarnação de Sukara – como Javali, que lutou contra Hiranyaksa resgatando Bhumi, a personificação da terra, das regiões infernais.




3 – Devarsi Narada, que veio ensinar aos homens o caminho das atividades fuitivas e da religiosidade.



4 - Nara e Narayana o os filhos gêmeos do Rei Dharma, que iludiram cupido.



5 – Kapila – autor e instrutor da filosofia Sankhya.




6 – Dattatreya – O Senhor veio atendendo à oração de Anasuya, a esposa de Rsi Atri, como filho de ambos.



7 – Yajna – filho de Prajapati Ruci e Akuti, filha de Svayambhava Manu e controlou a transição desse período assistido pelos semideuses.



8 – Rasbhadeva – Ensinou o caminho da perfeição aos homens.



9 – Prthu – Cultivou a terra, trazendo abundância aos homens e beleza para a face as terra.




10 – Matsya – Quando houve a inundação, após o período da Caksusa Manu e o mundo estava submerso pelas águas, ele assumiu a forma de um peixe e protegeu os Vaivasvata Muni, e salvou-o num barco preso ao seu chifre.




11 – Kurma – assumiu a forma de uma enorme tartaruga cujo casco serviu de pico para a montanha Mandaracala, que estava sendo usada como batedeira do leite do oceano causal.





12 – Dhanvantari - É a encarnação de Visnu como o Avatar da Medicina. Dhanvantari materializou-se pela primeira vez ao emergir do Oceano de Leite, trazendo nas mãos Amrita, o elixir da imortalidade para fortalecer os semideuses na batalha contra os demônios. Indra, observando a aflição da humanidade com as doenças na terra, pediu a Dhanvantari que ajudasse aos homens para que eles se curassem de seus malefícios. Com esse propósito, Dhanvantari naceu como filho do rei Kasi. Após realizar muitas austeridades, ele organizou os Samihtas do Ayurveda para o benefício de todos os homens que habitam a Terra. Dhanvantari é chamado o "Pai do Ayurveda".



13 - Mohini – Apareceu como uma belíssima mulher, enfeitiçando os demônios ateístas que queriam roubar o néctar de Visnu e, através de sua beleza deslumbrante, iludiu os demônios ateístas decapitando-os e deu o néctar para os semideuses.







14 – Nrsimhadeva – a encarnação do Senhor como um Leão que exterminou o Demônio Hiranyakasipu, libertando Prahlada Maharaja.



15 – Vamana, o anão, a encarnação que se tornou um gigante para frustrar o demônio Bali que procurava controlar o universo. Tendo permissão para conservar tudo o que pudesse cobrir com três passos, Vamana abrangeu o céu, a terra e o ar intermediário, perfurando o céu com seu dedão fazendo com que o oceano causal vazasse sobre a terra, dando origem ao Rio Ganges.




16 – Vyasadeva – Dividiu o Veda, que era único, em vários ramos e sub-ramos, devido as pessoas em geral terem ficado menos inteligentes.



17 – Bhrgupati (Parasurama) – como filho de um brâmane roubado por um rei Kshatryia. Parasurama matou o rei, cujos os filhos por sua vez mataram o Brâmane, então Parasurama matou todos os Kshatryias masculinos durante 21 gerações. Ele representa a Justiça Divina, liderada pelo Mestre Anúbis e seus 42 Juízes do Karma (42 é o dobro de 21). O Karma, quando entre em ação, é terrível e invencível.




18 - Hayagriva - Recuperou os Vedas;




19 – Rama – a encarnação que venceu Ravana, o mais terrível demônio do mundo. Rama representa o hindu ideal: um marido gentil, um rei bondoso e um chefe corajoso contra a opressão. Veio demonstrar poderes sobrenaturais, controlou o Oceano Índico e fez acordo entre os homens e os macacos.






20 – Balarama – veio remover o fardo do mundo.




21 – Krsna – A Suprema Personalidade de Deus descendeu à Terra para libertar seus devotos dos reis demoníacos e mostrar ao mundo suas opulências, beleza, poderes e amor transcendental. Foi o avatar mais importante de Vishnu; um deus-herói amado em muitos de seus aspectos: como um menino travesso, como um adolescente amoroso, como um herói adulto que proferiu as grandes lições do "Bhagavad Gita" . Esses aspectos de Krishna tiveram origens diferentes. Krishna foi o avatar da Era de Áries, divulgando a poderosa doutrina dos Grandes Avataras Cósmicos.





22 – Budha deva – A encarnação de Visnu é mais antiga, nascida em Gaya (Índia) e que data do terceiro milênio após o desaparecimento de Krsna, há mais de 5 mil anos. Segundo as escrituras seguidas pelos visnuístas (Vishnu Purana), essa encarnação surgiu para eliminar a matança de animais durante os sacrifícios védicos e não ensinava a doutrina advaita como a do sábio Gautama, pregada por Sidarta, seguidor da linha filosófica de Gautama (daí o nome Sidarta Gautama) e que deu origem ao atual budismo. Sidarta nasceu no ano de 560 AC e era filho de um rei do povo Sakhya que habitava a região da fronteira entre a Índia e o Nepal. Buda viveu durante o período áureo dos filósofos e um dos períodos espirituais mais incríveis da história..



23 – Kalki – Virá no final da Era de Kali, para dizimar todos aqueles patifes belicosos que sacrificam e enganam a população terrestre, e recomeçar uma nova era dourada, a Satya-Yuga.

NRSIMHADEVA - a encarnação do Senhor como Leão




O príncipe destemido e seu pai desalmado


Nascido em uma família de grandes asuras (pessoas sem princíios éticos ou religiosos), Prahlada Maharaja era o mais novo dos quatro filhos de Hiraryakasipu, um rei muito cruel. Prahlada, ainda muito pequeno, demonstrava ser um devoto puro do Senhor Visnu, e possuía um carátr exemplar, dotado de toda as boas qualidades possíveis a um ser humano. Era humilde, tolerante e generoso. Não se perturbava quando exposto ao perigo e, já que era completamente destituído de desejos materiais, considerava que todas aquelas opulências e comportamento egoístas exigidos por seu pai eram insignificantes para ele, uma vez que seus sentodos estavam sempre sob controle e sua inteligência e fé permaneciam firmes, nunca se afligia por nenhum sentimento desagradável.



Apesar de Hiranyakasipu ser extremamente versado nas escrituras védicas, ele era completamente o oposto de seu filho Prahlada. Possuía uma natureza demoníaca e seu irmão gêmeo Hiranyaksa era igualmente abominável. Os dois irmãos quando jovens, começaram a demonstrar aspectos físicos incomuns, desenvolvendo corpos semelhantes ao aço e cresciam como montanhas. Eles se tornaram ta altos que pareciam tocar o espaço e, quando andavam, a Terra tremia. Desejosos de desfrutar de tudo que pudessem, Hiranyakasipu e Hiranyaksa se empenharam em conquistar o mundo inteiro. Incitado por seu irmão, o destemperado Hiranyaksa, armado com uma maça viajou por todo o universo com espírito belicoso.

Enquanto procurava por alguém que pudesse enfrentá-lo em batalha, ele aterrorizou todos que cruzavam seu caminho, incluindo até os semideuses que fugiam e se escondiam com medo dele. Finalmente ele se dirigiu para lutar com o Senhor Visnu, o único que poderia satisfazê-lo em combate. O Senhor Visnu, aparecendo em sua encarnação de Varahadeva, como um javali, ocupou-se em uma longa e feroz batalha com o demônio arrogante e, finalmente, o derrotou com um simples golpe em seu ouvido. Quando Hiranyakasipu soube que o Senhor Visnu havia matado seu irmão, ficou com muita raiva. Sedento de vingança ele jurou cortar a cabeça de Visnu e oferecer seu sangue em oblação ao seu irmão que, quando vivo apreciava muito beber sangue. Tomado pela ira ele devastou a Terra.

Na tentativa de derrotar Visnu, Hiranyakasipu estava determinado a se tornar imortal e obter a supremacia sobre o Universo. Com esse propósito, ele executou severas austeridades durante cem anos celestiais (22 mil anos), até que o Senhor Brahama ficou tão impressionado com sua determinação extrema que resolveu lhe conceder uma bênção. Livre de suas austeridades, Hiranyakasipu prosseguiu com seu plano de conquistar os três mundos subjugando todas as entidades vivas e colocando até os semideuses sob seu controle.

Em seu governo de terror, Hiranyakasipu oprimiu a todos, incluindo os governantes de outros planetas, que sofreram extrema angústia pela sua perseguição implacável. Somente uma pessoa permanecia impassível diante deste grande demônio: seu filho Prahlada, que estava sempre absorto nas glórias do Senhor Supremo, em qualquer lugar onde estivesse.



A Educação de Prahlada Maharaja





Prahlada Maharaja teve uma educação materialista. Seu pai havia dado ordens aos seus professores que lhe ensinassem apenas coisas que fosssem úteis no sentido de Prahlada se tornar um bom administrador e que cuidasse apenas de interesses financeiros e gratificação dos sentidos, obrigações religiosas mundanas e, especialmente, enfoque em política, como derrotar inimigos conquistando reinos e a esconder a verdade através da diplomacia.

Após algum tempo na escola, Prahlada voltou para casa e sua mãe Kayadu o enfeitou e o levou a seu pai. Quando Hiranyakasipu viu seu filho tão lindo e humilde, o colocou no colo dizendo: “Meu filho, você é muito inteligente, conte-me o que aprendeu na escola; qual a melhor coisa que você aprendeu.” Prahlada respondeu: “A melhor coisa que aprendi foi cantar sobre o santos nomes de Deus, sua forma, qualidades, parafernália, passatempos transcendentais, lembrar-me deles, oferecer a ele minha adoração, tornar-me um bom devoto, considerá-lo como meu melhor amigo e render tudo a ele... corpo, mente e palavras”.


Hiranyakasipu ficou rubro de fúria e rindo perguntou: “Quem lhe ensinou isso?” Então, voltando-se para os professores disse: “ que vocês ensinaram ao meu filho? Eu não lhe instruí a ensinar maneiras políticas para seu sucesso material? Por que vocês ensinaram sobre devoção a Visnu? Por causa disso vou mandar cortar-lhes as cabeças.” Hiranyakasipu continuou insistindo em instruir o filho ao seu modo de pensar e agir, mas Prahlada estava cada vez mais fixo em sua devoção, não importava quais mestres seu pai escolhesse, ele resistia a mudar sua essência pura e dedicada a Visnu.

E dizia: “Querido pai, desista de seus caminhos egoístas, renda-se a Deus, somente assim será libertado de sua consciência material contaminada”. Mais uma vez o perverso pai rugiu de raiva: “Oh, irei puni-lo” e pegou sua espada e sua maça com a intenção de matar Prahlada. Mas, misteriosamente, constatou que não tinha poder para fazê-lo.



Então ordenou aos seus generais para matar Prahlada a qualquer custo. Todo exército foi recrutado. Tentaram matar Prahlada de todas as formas possíveis: com veneno, afogando-o no rio, esmagando-o sob pedras, jogando-o ao mar de cima de uma montanha. Porém, sempre o Senhor Visnu aparecia pessoalmente para salvá-lo.


Hiranyakasipu fez uma tentativa que dizia ser infalível. Ele tinha uma irmã, Holika, que praticava Yoga e era perita em atravessar uma fogueira flamejante. Então foi feita uma enorme fogueira, especialmente prepareda para que não houvesse falha no plano.

Holika foi abençoada por Brahma e possuía um cobertor com o qual não podia ser consumida pelo fogo. Holika envolveu-se sozinha com o cobertor e, em seguida, tomou Prahalad (que tinha apenas 5 anos de idade) em seu colo e sentou em uma fogueira. Pelo uso abusivo da manta por Holika, Brahma fez com que o cobertor voasse e envolvesse Prahalad. Assim, o fogo não pode ferir Prahlada de forma alguma, entretanto Holika foi queimada até virar cinzas e Prahlada Maharaja emergiu do fogo cantando mantrans.

Vendo que não podia fazer nada para matá-lo, Miranyakasipu enviou o filho de volta à escola.

O aparecimento do Senhor Nrsimhadeva



Apesar de tando poder, Hiranyakasipu permanecia insatisfeito e com inveja de Visnu. Todo o Universo estava sob seu jugo, mas ele não podia controlar deu próprio filho. Por lançar sua fúria e frustração sobre seu filho santo, ele atraiu a ruína para si.

Prahlada estava na escola, em seu isolamento, porém um dia os professores precisaram sair e as outras crianças se aproximaram de Prahlada querendo brincar com ele. Prahlada humildemente começou a falar das glórias do Senhor e, (apesar da pouca idade) começou a instruí-los na prática da devoção a Visnu.

E lhes dizia, dentre outras coisas: “Devemos começar a vida espiritual desde cedo, neste momento, agora mesmo! Não digam ‘eu vou começar amanhã’, pode ser que o amanhã nunca chegue. Não gastem seu tempo em futilidades, tentando desfrutar dessa vida temporária. Comecem hoje! Cantem, cantem.”

E os meninos começaram a cantar. Cantaram tão alegremente que o seu canto chegou ao palácio, e Hiranyakasipu, ouvindo o cântico dos meninos, pegou sua espada e a maça e, ameaçando Prahlada, disse: “Você não tem medo da morte? Por que não? De onde vem sua força? Quem o protege?”


Prahlada respondeu: “Oh, querido pai, aquele que me protege é o mesmo que protege você e todas as outras pessoas. Ele está em todos os lugares e tudo nele está. Sim Visnu é a sua força, a minha força e a de todos os seres vivos”.

Hiranyakasipu disse: “Onde está o seu Deus? Ele está aqui, e batia na mesa, aqui, e batia no chão, ele está nesse pillar onde você se escondeu? Eu vou te matar e quero ver quem irá salvá-lo, aí vou ver quem é esse Hari!” E partiu para cima de Prahlada e golpeou o pilar que se partiu em pedaços...



De repente, um som tonitruante foi ouvido. Ele se voltou para ver de onde vinha o tal som. Então, do pilar surgiu a mais impressionante criatura: O Senhor Supremo apareceu como Nrsimhadeva.

Ele não era homem nem leão, e sim a mistura dos dois. Ele tinha cabeça de leão, enorme, feroz e perigosa; seu corpo de um homem forte e belíssimo. O Senhor Nrsimhadeva estava extremamente furioso e ameaçador. Labaredas emanavam de sua juba e pairavam no ar, tocando os céus. Hiranyakasipu atacou o Senhor e os dois lutaram ferozmente.

Todos os semideuses ficaram nervosos e gritavam: “Ai de nós... agora Hiranyakasipu irá matar o Senhor Visnu!” Mas não havia motivo para preocupação. Nrsimhadeva apenas brincava com Hiranyakasipu, como um gato faz com o rato. Logo depois, com facilidade, ele o colocou no colo e, rugindo alto e mais feroz que um leão, Nrsimhadeva rasgou o estômago de Hiranyakasipu com suas unhas enormes e arrancou suas vísceras e intestinos e os encolou ao redor do pescoço como uma girlanda.



E, assim, Hiranyakasipu, em um instante, foi destruído, sem que a palavra do Senhor Brahma fosse desreipeitada, pois ele havia concedido uma bênção, conforme exigência de Hiranyakasipu, de que ele não poderia ser morto nem por homem ou animal; nem de dia ou de noite; nem em nenhum dia do ano; nem na terra ou no céu; nem fora ou dentro de casa; nem por flexas ou espadas ou qualquer outro tipo de arma.


Portanto, o Senhor Nrsimhadeva o matou quando o Sol estava se pondo no horizonte, durante um ano bissexto, embaixo do portal do palácio, no seu colo e usando apenas suas unhas, honrando desse modo, o acordo feito com o Senhor Brahma.


Prahlada Maharaja, finalmente salvo por Nrsimhadeva de seu desalmado pai, assume o reino, cercado por seus parentes e súditos que, muito felizes por ficarem livres do rei opressor, receberam Prahlada Maharaja com muita reverência e o aceitaram como seu legítimo e misericordioso soberano.








SRI NRSIMHA PRANAMA:
namas te narasimhaya prahladahlada-dayine hiranyakasipor vaksah- sila-tanka-nakhalaye ito nrsimhah parato nrsimho yato yato yami tato nrsimhah bahir nrsimho hrdaye nrsimho nrsimham adim saranam prapadye tava kara-kamala-vare nakham adbhuta-sringam dalita-hiranyakasipu-tanu-bhrngam kesava dhrta-narahari-rupa jaya jagadisa hare

O SÁBIO MARKANDEYA





Cupido tenta o sábio Markandeya:




Durante o reinado do sétimo Manu, a era atual, o Senhor Indra veio saber das austeridades de Markandeya e ficou com medo de sua crescente potência mística. Então ele tentou impedir a penitência do sábio. Para arruinar a prática espiritual do sábio, o Senhor Indra enviou Cupido, belos cantores celestiais, dançarinas, a primavera e a brisa com aroma de sândallo das Colinas Malaya, bem como a cobiça e a intoxicação personificadas.


Eles se dirigiram ao eremitério de Markandeya, no lado norte das montanhas Himalaias, onde o rio Puspabhadra passa pelo famoso pico Citra.
Bosques de árvores piedosas decoravam o sagrado asrama de Markandeya Rsi, e muitos brahmanes santos viviam ali, desfrutando os abundantes, puros e sagrados reservatórios de aruá. No asrama ressoavam o zumbido de abelhas intoxicadas e o arrulho de cucos excitados, enquanto pavões jubilosos dançavam em volta. De fato o eremitério vivia repleto de muitas famílias de aves enlouquecidas.

A brisa primaveril enviada pelo Senhor Indra entrou ali, levando gotículas de cachoeiras próximas. Fragrante em virtude do abraço das flores silvestres, esta brisa entrou no eremitério e começou a evocar o luxurioso espírito de Cupido. A primavera então apareceu no asrama de Markandeya. O céu noturno, que reluzia com a luz da luz nascente, tornou-se a própria face da primavera, e brotos de flores frescas praticamente cobriam a multidão de árvores e trepadeiras.


Cupido, o senhor de muitas mulheres celestiais, então chegou ali com seu arco e flechas, seguido de grupos de Gandharvas que tocavam instrumentos musicais e cantavam. Esses servos de Indra encontraram o sábio Markandeya sentado em meditação, após ter acabado de oferecer suas oblações prescritas no fogo do sacrifício. Com os olhos flamejados em transe, ele parecia invencível, como o fogo personificado.

As mulheres dançavam diante do sábio e os cantores celestiais cantavam com um encantador acompanhamento de tambores, címbalos e vinas. Enquanto o filho da paixão (a cobiça personificada), a primavera e os outros servos de Indra tentavam agitar a mente de Markandeya, Cupido sacou sua flecha de cinco pontas e fixou-a em seu arco. A Apsara Punjikasthali fazia uma exibição brincando com várias bolas. Sua cintura parecia pesada por causa de seus amplos seios e a guirlanda de flores em seus cabelos se desfez. Enquanto corria atrás das bolas, olhando para todos os lados, o cinto de seu filho vestido soltou-se e de repente o vento levou suas roupas.

Cupido , pensando que havia vencido o sábio, disparou então sua flecha. Mas todas essas tentativas de seduzir Markandeya provaram ser inúteis.


Enquanto tentavam prejudicar o sábio, Cupido e seus seguidores sentiram-se queimados vivos pela potência dele, assim como crianças que despetaram uma cobra adormecida. Desse modo, pararam com sua atitude maldosa. Os imprudentes seguidores do Senhor Indra importunaram o santo Markandeya; este, contudo, não sucumbiu a nenhuma influência deles. O poderoso rei Indra encheu-se de espanto ao ouvir falar da proeza mística do sublime sábio Markandeya e ver como Cupido e seus companheiros se mostraram débeis em sua presença.




O aparecimento de Nara e Narayana:




Desejo de conceder misericórdia ao santo Markandeya, que fixara a mente em perfeita auto-realização através de penitência, estudo védico . observância dos princípios religiosos e sua austeridade sem limite, a Suprema Personalidade de Deus apareceu em pessoa diante do sábio sob as formas de Nara e Narayana.



Sri Markandeya vê a potência ilusória do Senhor:




Certo dia enquanto Sri Markandeya oferecia suas preces vespertinas, a água da devastação de repente inundou os três mundos. Com grande dificuldade Markandeya, sozinho, divagou sem rumo nessa água por muito tempo, até que chegou a uma figueira-se-bengala. Deitado em uma folha de árvore havia um bebê que brilhava com uma refulgência encantadora. Enquanto se movia em direção à folha, Markandeya foi tragado pela inalação do menino e, tal qual um mosquito, foi arrastado para dentro de Seu corpo.


Dentro do corpo do bebê, Markandeya, surpreso, viu o Universo inteiro exatam,ente como este fora antes da aniquilação. Depois de um momento, o sábio, em virtude da exalação da criança, foi arrojado de volta ao oceano da aniquilação. Então, ao ver que a criança na folha era de fato o Senhor Hari, Sri Markandeya tentou abraçá-lo. Mas naquele momento o Senhor Hari, o senhor de todo o poder místico, desapareceu. Depois disso as águas da aniquilação desapareceram também, e Sri Markandeya viu-se em seu próprio asrama, assim como antes.






O Senhor Shiva e a Deusa Parvati glorificam Markandeya Rsi:





Certa vez, enquanto viajava no céu com sua esposa Uma (Parvati), o Senhor Shiva deparou com Sri Markandeya absorto em transe de meditação. A pedido de Parvati, o Senhor Shiva apresentou-se diante do sábio para lhe conceder o resultado de suas austeridades. Saindo de seu transe, Sri Markandeya ciu adorou o Senhor Shiva, o mestre espiritual dos três mundos, junto com Parvati e os companheiros de Shiva oferecendo-lhes reverências, palavras de boas vindas, assentos, água para lavar os pés, água aromatizada para beber, óleos perfumados, guirlandas de flores e lamparinas de árati e um assento.


O Senhor Shiva então louvou os devotos santos da Suprema Personalidade de Deus e solicitou a Sri Markandeya que pedisse qualquer bênção que desejasse. Markandeya rogou-se por devoção inabalável ao próprio Senhor Shiva. Satisfeito com a devoção de Markandeya, o Senhor Shiva concedeu-lhe diversas bênçãos: celebridade, liberdade da velhice e da morte até a época da dissolução universal, conhecimento de todas as três fases do tempo, renúncia, conhecimento realizado e a posição de mestre dos Puranas.


Após conceder essas bênçãos a Markandeya Rsi, o Senhor Shiva seguiu seu caminho, continuando a descrever à deusa Parvati os feitos do sábio e a direta exibição do poder ilusório do Senhor que ele experimentara.


Markandeya Rsi, o melhor dos descendentes de Bhrgu, é glorioso porque logrou a perfeição da yoga mística. Ainda hoje ele viaja mundo afora, completamente absorto na devoção imaculada à Suprema Personalidade de Deus.