Em primeiro lugar, Brhama criou de sua sombra as coberturas de ignorância das almas condicionadas. Elas são em número de cinco e chamam-se tamisra (ira), andha-tamisra (considerar que a morte é o fim derradeiro), tamas (a condição sob a qual não se sabe nada sobre a alma espiritual), moha (apego) e maha-moha (enlouquecer por gozo material).
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O Senhor Brahma então gerou os demônios de suas nádegas, e eles eram muito luxuriosos.
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A princípio, o adorável Brahma riu da estupidez dos asuras, mas vendo aqueles descarados cada vez mais perto dele, ele encheu-se de indignação e se afastou deles.
Por desgosto, Brahama desvencilhou-se do corpo de ignorância e, aproveitando-se dessa oportunidade, os asuras lançaram-se de um salto em busca da posse do corpo, que continuou a existir sob a forma da noite. A noite é a fonte da fome e da sede... Dominados pela fome e pela sede, eles corriam para devorar Brhahma de todos os lados e gritavam: “Não o poupeis! Comei-o!".
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Brahma, o líder dos semideuses, cheio de ansiedade, pediu-lhes: “Não me comais, mas protegei-me. Vós nascestes de mim e vos tornastes meus filhos. Portanto, sois Yaksas (os que disseram que ele deveria ser comido) e Raksasas ou canibais (os que disseram que ele não deveria ser protegido."
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O Senhor Brahma, aproximou-se da Suprema Personalidade de Deus e falou-lhe: “Meu Senhor, por favor, protegei-me desses demônios pecaminosos que eu criei sob vossa ordem. Eles estão enfurecidos pelo desejo luxurioso e vieram atacar-se. Meu Senhor, sois a única pessoa capaz de acabar com a agonia dos aflitos e de infringir agonia àqueles que nunca recorrem a vossos pés.“
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O Senhor, que pode ver distintamente as mentes dos outros, percebeu a aflição de Brahma e disse-lhe: “Abandona este teu corpo impuro.” Sendo assim ordenado pelo Senhor, Brahma abandonou seu corpo.
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O corpo abandonado por Brahma tomou a forma do crepúsculo, quando o dia e a noite se encontram, uma hora em que acende a paixão. Os asuras, que são passionais por natureza, dominados que são pelo elemento de rajas, tomam-no por uma donzela, cujos pés de lótus ressoavam com o tinir dos sinos de tornozelo, cujos olhos estavam inchados de embriaguez e cujos quadris eram cobertos por tecido transparente, sobre o qual brilhava um cinto; tinha um nariz bem formado e belos dentes; um sorriso adorável, parecia que ela lançava um olhar divertido para os asuras. Adornada com tranças escuras, parecendo que ela escondia-se acanhada.
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Ao verem aquela forma de mocinha no corpo abandonado por Brahma, todos os asuras ficaram estonteados de desejos luxuriosos, ficaram louvando a beleza de tal corpo, apaixonadamente ansiosos por ela, que movimentava-se como alguém absolutamente livre de paixão. Incorrendo em várias especulações sobre o crepúsculo, que lhes parecia dotado da forma de uma jovem mulher, os asuras débeis mentais trataram-na com respeito e avidamente ficaram assediando a “bela jovem”. Os asuras, tendo sua razão obscurecida, tomaram o crepúsculo por uma bela mulher a revelar-se em forma enfeitiçadora, e eles apoderaram-se dela.
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Com uma risada cheia de profundo significado, o adorável Brahama gerou, então, por sua própria graciosidade, que parecia desfrutar-se a si mesma, as hostes de Gandharvas(músicos dos sistemas planetários superiores) e Apsaras(dançarinas celestiais).
Então Brahma criou os principais semideuses, que brilhavam com a glória da bondade. Ele derramou diante deles e refulgente forma do dia, e os semideuses, divertidamente, tomaram pose dela.
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Depois disso, Brhama abandonou aquela brilhante e amada forma de luar. Viscavasu e outros Gandharvas de bom grado tomaram posse dela.
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O glorioso Senhor Brahma em seguida gerou de, sua indolência, os fantasmas e duendes, mas fechou os olhos quando viu-os nus, com seus cabelos em desalinho. Os fantasmas e duendes tomaram posse do corpo jogado fora sob a forma do bocejo de Brahama, o criador das entidades vivas. Também se conhece isso como o sono que causa a salivação. Os duendes e fantasmas atacam homens que são impuros, ataque esse conhecido como insanidade.
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Reconhecendo-se cheio de desejo e energia, o adorável Brahma, criador das entidades vivas, gerou de sua própria forma invisível, de seu umbigo, as hostes de Sadhyas e Pitas (formas invisíveis de almas falecidas).
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Então o Senhor Brahma, através de sua habilidade em esconder-se de vista, criou os Diddhas e Vidyadharas e deu-lhes aquela sua maravilhosa forma conhecida como Antardhana (essas criaturas podem ser percebidas como estando presentes, embora não possam ser vistas a olho nu).
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Um dia, Brahma, observando seu próprio reflexo na água, e, admirando-se, gerou os Kimpurusas, bem como os Kinnaras, daquele reflexo. É por isso que os Kimpurusas e Kinnaras, que tomaram posse daquela forma sombria deixada por Brahma, cantam suas louvações, juntamente com suas esposas, relatando as façanhas dele a cada aurora.
Certa vez, Brahma deitou-se com o corpo inteiramente esticado; ele estava muito aborrecido porque o trabalho da criação não andava a contento, e, num estado de espírito taciturno, ele abandonou aquele corpo também. Seus cabelos caíram daquele corpo transformando-se em serpentes, e, mesmo enquanto o corpo rastejava para diante com suas mãos e pés contraídos, dele saltaram ferozes serpentes e Nagas expandindo seus capelos levantados.
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Um dia Braha sentiu-se como se o objetivo de sua vida tivesse sido alcançado. Naquele momento ele gerou de sua mente os Manus, que propovem as atividades beneficientes do Universo. O criador, senhor de si, deu-lhes sua própria forma humana. Vendo o Manu (metade homem e metade semideus) que povoaria a terra através do casamento com Satarupa - que era a excelente consorte de Manu e a descendência das esposas de Prajapati Kardamaa - aqueles que haviam sido criados antes (os Semideuses, os Gandharvas e assim por diante) aplaudiram Brahma, o Senhor do Universo. Eles oraram: “Ó criador do universo, nós estamos alegres; o que vós produzistes está bem feito. Uma vez que os atos ritualísticos foram agora estabelecidos convenientemente nesta forma humana, todos nós compartilharemos das oblações sacrificatórias."
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Tendo se equipado com austera penitência, adoração, concentração mental e absorção em devoção, acompanhados pela falta de paixão, e tendo controlado seus sentidos, Brahma, a criatura viva autógena, gerou grandes sábios como seus amados filhos. O criador não-nascido do universo deu a cada um daqueles filhos uma parte de seu próprio corpo, que era caracterizado pela profunda meditação, concentração mental, poder sobrenatural, austeridade, adoração e renúncia.
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Brahma, que foi dotado do poder criador de Visnu, pensou em gerar entidades vidas e, após a criação dos Manus, produziu, dez filhos para a extensão das gerações: Narada, Atri, Angira, Pulastya, Kratu, Bhrgu, Daksa, Vasistha, Marici e Pulaha, o décimo filho.
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-Narada nasceu da deliberação de Brahma, que é a melhor parte de seu corpo;
-Vasistha nasceu de sua respiração;
-Daksa de um polegar;
-Bhrgu do seu tato;
-Kratu de sua mão;
-Pulastya foi gerado dos seus ouvidos;
-Angira da sua boa;
-Atri, dos olhos;
-Marici da sua mente e
-Pulaha do umbigo de Brahma.
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ResponderExcluirAs esposas de Brahma participaram de alguma de suas criações?
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ResponderExcluirQual a fonte desses estratos? Onde estão registrados nos Vedas?
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